O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


sábado, 26 de janeiro de 2008


2 comentários:

Casto Severo disse...

Que são as amantes realmente possuídas perante aquelas só num furtivo olhar entrevistas, apenas em eterna promessa rendidas, somente em imaginação fruídas ? Oh, quantas entregas mais loucas, quantas carícias mais raras, quantos suspiros mais fundos, quantos deleites mais finos ! Mas, mais alto ainda, conjugar tudo isso num enlace único, que ressuscite da morte a carne no voo ardente da fantasia ! Que luxuosa exuberância, a do corpo-espírito nas asas de Eros erguido !

Anónimo disse...

Para onde olhas, mulher ex-ótica !? Para a óptica que te pretende aprisionar, sem que jamais o possa, pois por natureza lhe foges ?... Ou o que de ti aqui fica é apenas esse rasto do que da óptica e de tudo se liberta, rumo a sabe-se lá onde !?... Mostrando-nos isso, esta foto dá-nos a pressentir o sagrado gosto da evasão e da liberdade... e inflama o desejo da impossibilidade de te adivinhar e seguir o rumo...