O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Cheheltan (2005) de Seyed Edalatpour




























"Cheheltan is a group of forty figure placed upon slate platform.(...) Cheheltan was first exhibited at the Herbert Read Gallery in Canterbury, England in October 2006. The concept of Cheheltan originates first in the journey of si-murgh in the book of Mantiq al-tayr (The Conference of the Birds) which was written by the twelfth century Persian poet, Farid ud-Din Attar. It is a conversation, a gathering and an adventure which take the protagonists to the Mountain of Qaf, a conceptual place where the possibility of the return is promised. "NA-KOJA-ABAD” provides the second source of inspiration and the framework for Cheheltan. It is a an idea which was first mentioned by Sohravardi the Twelfth century Persian philosopher, In the tale entitled " The Rustling of Gabriel's Wings," a figure appears and he is asked the question “Where he is from”, and the reply is this: "I come from Na-koja-Abad." Na-koja-Abad is a strange term. It does not occur in any Persian dictionary, and it was coined by Sohravardi himself, from the resources of the purest Persian language. It signifies the city, the country or land (abad) of No-where (Na-koja)."

in http://www.edalatpour.net/chehltan2.html

Ver tb.o ensaio de Henry Corbin Mundus Imaginalis: http://www.hermetic.com/bey/mundus_imaginalis.htm

4 comentários:

Anónimo disse...

Ainda nossos olhos se turvam das lágrimas que nunca chorámos, exilados desse lugar onde jamais habitámos, ó meu Amor de nenhures ! Pudéssemos regressar à impossibilidade de aí residirmos e todos os mundos arderiam no Apocalipse de haver !

Anónimo disse...

Mas é aí, no sem aí, que sempre somos ! Por isso todos os lugares que habitamos são terras de exílio ! Nele se ergue a grande Montanha: lá estamos, silenciosos, a escutar o Coração. Assim cala quem da saudade não fala.

Anónimo disse...

Ó Nu e Mudo como vocês se completam...

luizaDunas disse...

..só olhando estas duas fotos..

Que obra inquietante de bela, ...terna, tão terna... inspirada no Simorgh, o Rei dos Pássaros? É de morrer...

"... à medida que descerrava as cem cortinas, uma atrás da outra, revelou-se-lhes um novo mundo além do véu. Manifestava-se agora a luz das luzes, e todos se assentaram na masnad , sede da Majestade e da Glória. Cada qual recebeu um escrito com a recomendação de lê-lo do princípio ao fim; e, lendo-o e reflectindo, foi-lhes possível compreender o próprio estado. Quando se viram totalmente em paz e alheados de todas as coisas, perceberam que o Simorgh se achava ali em sua companhia e que uma nova vida começava para eles no Simorgh" - in a Conferência dos Pássaros, Farid Attar