O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


quinta-feira, 13 de março de 2008

Identidade pessoal e Eterno Retorno

Sou um aglomerado de partes - pessoas? - dispersas pelo espaço e pelo tempo.

Amo-as - profundamente! (não se trata de apego ao eu, porque são outras... É amor puro... apego ao sentimento?)

Sinto-me bem com isso.

Ainda hoje sou aquela criança que brincava na praia deserta com os pais.

Eterno retorno? Tudo está sempre a acontecer. Não neste espaço, não neste tempo, mas noutros, passados ou futuros.

Assim creio, e não apenas na existência do presente, disto, nu e cru, como o vemos.

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