O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


quinta-feira, 24 de abril de 2008

e sombra

5 comentários:

Anónimo disse...

Pelos vistos aqui vai-se da luz para a sombra... Interessante... Pascoaes e Novalis apreciariam.

Anónimo disse...

Sim, ó sombra, repousa-nos da luz violadora e violenta ! A impúdica, que tudo mostra ! A fútil, que não exibe senão superfícies e aparências !

Anónimo disse...

Estou num Vegetatário impermeável ao exterior, a praticar o vegetal que há em mim.
Bem tento escrever, mas as ideias expulsam-me fora de prazo, atabalhoada e torpe como uma velhinha em reforma tardia.
Encosto-me às boxes, impermaneço, empresto as costas às paredes e deixo-me descair neste marasmo de quietude estúpida onde o olhar cansado ganha asas arrastadas por paisagens há muito esquecidas.

Deposito-me neste livro sem mão onde o Buda me olha na paciência de não saber o que me fazer...
Só o silêncio me parece real.

Anónimo disse...

Que estranha esta fotografia!

Anónimo disse...

É do Kleema...