O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


terça-feira, 17 de junho de 2008

O arrepio

Nada nos salva, estamos todos perdidos.
"Daqui ninguém sai vivo", lembram-se?
Tudo o que fazemos, pensar, para lá do útil:
Não é mais do que uma forma de enfrentarmos (?) a nossa perplexidade:
Em relação a esta existência:
Sim, estamos todos perdidos!
Que são todas e quaisquer Religiões, se não actos de fé?,
Âncoras, jangadas... para que atravessemos o mar da perplexidade, do medo e da insegurança, da dúvida que jaz bem dentro de nós; para que não caiamos no Abismo inevitável?,
Que é a vida, para lá das cinzas opacas da vida falsa...
Onde me encontro, se não numa interrogação sensual?,
Quando abordado pelas emoções, alegres lágrimas, que brotam da música que me toca?
Eis a minha casa, o arrepio.

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