O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


terça-feira, 5 de agosto de 2008

O Rei não é ideal: é Real

O maior ideal não é uma ideia: é um real inimaginável, "inidealizável", pois o Real arrasa qualquer ideal. A luta por um ideal, contra o que é real, é viver pelo que é servente: o Homem racional serve o servente, ignorando que é Rei.

O meu reino não é deste mundo inundado de ideias de homens, o meu Rei é Real: vive simplesmente, É sem porquê.

14 comentários:

Paulo Feitais disse...

Há Realeza na Realidade.
Mesmo que nisso consista a ilusão.
Mas somos Reais. E viver não é preciso.

Unknown disse...

É ilusão pensar o real, não é ilusão sentir o real.

Paulo Feitais disse...

talvez seja ilusão senti-lo como real

Unknown disse...

A vida é sonhada pela mente, realizada pelo corpo. Não é sentir que é ilusão -para mim...-, mas sim a mente querer dizer o que é sentir. Para o corpo sentir a mente só tem é de estar calada. :P

Paulo Feitais disse...

o corpo não é em si substante é como que uma tábua sobre o abismo a fazer de ponte. uma sacudidela mais intempestiva e catrapumba! lá se vão corpo e mente para o sem fundo...

Unknown disse...

Isso falar do que não existe é sair do que se possa minimamente discutir, pois implica a ausência de quem discute. O corpo pode -ainda- não ser eterno, mas se há coisa com substância não é por certo a mente.

Unknown disse...

Não tomo partido de nenhum, apenas relembro que ser mãe não é igual a ser filho. ;) Que se estamos vivos é porque a mãe nos aturou... e ainda atura.

Unknown disse...

(a mãe-corpo)

Paulo Feitais disse...

pois. e nem a mente será substancial. e ser-se filho da mãe não é uma continuidade. o corpo não é mãe nem pai. nem filho. nem a mente os é. nascer é ter um porquê e um para quê.

Unknown disse...

Ok... então enfiemos tudo no mesmo saco, o que implica não pensar, visto termos colocado corpo e mente sendo o mesmo.

Paulo Feitais disse...

:) não serão bem o mesmo. no fundo indiferenciam-se. e talvez pensar não seja preciso. navegar é preciso. e tem muitos modos, muitos deles distintos do que chamamos pensar.

Unknown disse...

é... ser poeta à solta. ;) sonhar, brincar, criar, amar... para quê inventar mais? tudo o resto já está foi feito para nós.

Paulo Feitais disse...

pois.
e agora a mente vai embrulhar-se-me no corpo e vai mergulhar no reino encantado de Hipnos. talvez lá continue esta nossa conversa. e talvez possamos confundir o sol com a lua e semear a Via Láctea de turquezas cintilantes. e quando o novo dia despontar pode ser que venha a ser mesmo novo. por isso te desejo um novo novo dia para ti, sem amanhã ou ontem. :)

Unknown disse...

Que seja sempre o 1º Dia.