O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


terça-feira, 7 de abril de 2009

Diálogos III


Na Fontaine Sainte-Marie / encontrei a única nascente da grande cidade, / o único fio de água vivo e natural. / Se dele me aproximo, / nunca aí deixado por um automóvel, / mas sempre a pé, / posso, logo no limiar do bosque, / esperar uma atracção, / em que todo o cismar habitual de mim se ausenta / e o meu pensamento se torna unicamente a reflexão do mundo. / Em lugar de todo o falatório que há em mim, / do suplício que infligem muitas vozes, / surge a meditação, / uma espécie de silêncio redentor, / mas do qual se desprende, ao chegar ao local, / um pensamento explícito, o meu pensamento mais elevado: / salvar, salvar, salvar! / Num impulso tão doce como poderoso / arredondam-se os olhos, / há um ranger nos canais auditivos/ e eu celebro na clareira / a festa de agradecimento da presença no lugar.

Peter Handke, Poema da Duração, p.67

Na fotografia encontrei a nascente e o pensamento. A nascente e o pensamento fazem despertar a sede. A sede nasce da escuta do que vem não se sabe de onde, nem como nos atravessa mas nos inclina para esse outro lado da vida onde fomos nus. Ouvindo-a, à nascente, o pensamento suspende o impulso irreprimível para adiante e para trás. E o pensamento que nem sempre se dirige para o indireccionado, avançando e recuando, sobretudo quando deixa o ramo poético de onde desponta, experimenta uma melodia que desperta os fantasmas que os conceitos fecham em silêncio. A nascente, abrindo a sede, desperta os que só na melodia, sem instrumentos ou palavras, se deixam escutar. Os fantasmas do Ausente erguem-se num fundo que é sem contexto e sem horizonte temático. Os fantasmas não se deixam dizer ou julgar. Os fantasmas são as vozes da nascente a cantar. A sede da nascente é uma alucinação em que as presenças não nascem dos objectos reais ou mentais, as presenças acordam da Ausência de haver mundo e objectos. Face a estas presenças, que nascem da Ausência, o pensamento, que não as pode judicar ou analisar, compraz-se em dançar. O pensamento baila uma melodia sem instrumentos. O pensamento, atravessado pela voz da nascente, tocado pela sede e preso ao anel mais antigo do tempo, fora do tempo, não discorre, não tem nas palavras meios, nem recurso; o pensamento é um ritmo dançarino, um sopro por onde se movem fantasmas como bolhas líquidas que arrastam a nascente até ao instante. A música que toca a alma do poeta é a água do mundo que escorre antes de haver rio e mar. A água do mundo por haver, a água da nascente que canta em vez de correr, abala o pensamento de uma sede de retorno e regresso à eternidade. O pensamento, animado pelos fantasmas, conhece uma espécie de bailado cantado, de ópera com figuras imprecisas, vozes estonteantes e movimentos cambaleantes. A tragédia foi o pensamento mais poético que a alma experimentou. O estado líquido do pensamento do poeta trágico não mais se voltou a ouvir, fosse pela proximidade ao rio dos mortos de que nos afastámos por nos termos esquecido que somos mortais e imortais, fosse pela torrente de reenvio e regresso, que era a voz humana no palco jorrando versos, ou interjeições que substituímos pela narrativa e pela argumentação, a verdade é que, embriagado pelas presenças que vinham do Ausente, o poeta tinha no pensamento o coro e não uma voz individual. Na nascente há um coro, há um gorjeio multíplice, há a pluralidade dos sons reverberantes e remanescentes do grande Silêncio. Na mente do poeta trágico, voltado para a nascente, os sons teriam sido indistintos. O humano, o animal e o mineral, não tinham nomes diferenciados para os seus sons, para o seu soar, ressoar em cada um. Os homens expressavam-se como pássaros e como pedras. Enlevavam-se e feriam-se. A voz tanto vinha do céu como do fundo da terra. Caía das nuvens e ou subia das grutas. Na nascente, para onde olhaste _______, o som era pluriforme e as vozes caosmícas. O poeta trágico escutou a nascente e junto à fonte ouviu o grito, o vórtice de um corpo dilacerado por ser e não-ser. O grito, o espasmo, a dor de Diónisos ou de Osíris, ou dos dois num só, de todos num só. Homens, em cada caso, dizem os mitos fundantes, que se simbolizaram por animais, homens largados em margens, junto ao rio que os afasta das nascentes. Como Orfeu, poeta sem cabeça e de grito eterno na poesia, o olhar-grito na fotografia trouxe até aqui a origem perdida de um mito que fomos e de que nos esquecemos. Filhos desses homens largados nas margens e abandonados ao tempo, afastados da origem e dos sons animais e minerais, aprendemos a pensar sem os vestígios do que nos moldou junto à nascente, na proximidade da foz. E fomos pássaros a cantar e pedras a ferir. O pensamento trágico, por ser poético, por ser musical, por ser pré-linguístico tantas vezes, por ser excessivo ou metafísico, por ser a força do indireccionado, trazia ao Homem que ainda se sabia animal e mineral, a força secreta de um rumor que o lançava na aventura de expressar a vida com o corpo. Há no corpo um pensamento que canta. Foi esse pensamento que gerou a dança com o imperscrutável.

Olhando esta fotografia, a leitora não pode deixar de sentir um estremecimento de mudo encanto nos lábios. O poema, como a água, corre líquido pelo corpo e rumoreja dentro das palavras que toca. As palavras liquefazem-se no som, soam como água que escorre pelo corpo e sobe como gás ao pensamento. O som instala a estranheza e por isso, pensa, em certas religiões Deus não é dito, mas cantado, entoado, porque só o canto convoca o estranho e o convida a durar. No canto, as palavras tornam-se leveza, vapor, ar rarefeito. O poema poderia ser a água para o que no Homem é animal e mineral, a fonte a cantar no íntimo da sede, como escreveu Pascoaes, mas poderia ser mais. O poema, ou o próprio pensamento quando se apercebe que se afasta da origem, sustem o curso da sua indirecção pela duração. Percebendo o que perde no percurso e na relação que estabelece entre os seres e logo de seguida entre conceitos, condensando a palavra no sentido frio, em gelo e não em neve exposta ao sol que brilha junto à nascente original, o pensamento poético trava o que está em fuga em relação ao impulso originante. Fazer perdurar/durar o que reverbera e remanesce do inaudível e do primitivo: eis a vocação do poeta, ou do que pensa poeticamente, que escreve a água o que corre desde a nascente e tem na voz a foz [ante primeva] e um coro. Só o poeta tem um corpo que dança com o imperscrutável.

O impulso da duração / já começa por si a entoar o poema, / marca um compasso sem palavras, / segundo o qual, / como um ingrediente libertador, / nas artérias me pulsa uma epopeia, / em que no fim o bem há-de vencer. / Com a imposição das mãos, como a duração o faz, / fecha-se a ferida, / de que só tomo consciência / quando ela se fecha. / (…) A duração não aliena, / leva-me ao caminho certo. / Fujo da luz dos projectores que ilumina os acontecimentos do dia / e refugio-me decididamente no campo incerto da duração. (…) Lágrimas da duração, tão raras! / Lágrimas da alegria. / Impulsos inconstantes da duração, / que não se podem pedir / nem numa prece implorar: / estais agora reunidos e articulados / para formar o poema.

Peter Handke, Poema da Duração, pp.77-79

Estando como leitora no âmago do bosque - em dias de luz o bosque parece uma gruta iluminada pelo ouro de uma idade perdida – e imersa nas árvores plenas de pássaros e outras vozes poéticas, Rilke e Gabriela Llansol, outro som, que não de aqui e agora, perpassou-a por dentro da voz. Um vapor vindo do Ausente, um som perdido dentro da liquidez das palavras – belos são os textos da Gabriela quando lidos em voz alta e, junto às folhas, entregues como decifração de um palimpsesto primitivo que reuniu palavra e árvore num só ser, numa só entidade rumorejante – aqueceu-lhe a voz de luz, habitou-lhe a voz de címbalos vibrantes. A leitura conta, entre os seus poderes, chamar pelo Antigo, prometer ao Outrora outra possibilidade improvável no tempo. E como uma corrente, ler é ter um rio na voz e correr por entre as margens à procura de impulsos que refaçam o corpo dilacerado, desfeito do poeta que, como Poe para escrever, se iniciou nas águas torrenciais de um vórtice, ou de um naufrágio baptismal, onde o poeta submete as palavras, como outrora Deus os animais, a um dilúvio redentor dos sons. O mistério das palavras não está na sua consolidação como sentido, está na sua imersão ou submersão no rio da memória - onde as musas profetizam o mais escondido como o mais benigno - que as faz descer e respirar, libertar sopros cada vez mais distanciados na abundância da água junto às nascentes arcaizantes, onde elas se tornam como bolhas de cristal, transparentes ao olhar mais fundo e penetrante.

Nessa descida ao Maelstrom, o poeta perde o corpo como a palavra o sentido. A palavra perde em significado o que ganha em som. Como o poema ganha os sons antigos do animal e do mineral na voz única do humano a devir natural, naturante e contagiante. Mais próxima do canto, a palavra, percorre, como fuga musical, o mundo submerso pela passagem do tempo e desencadeia, no dizer e no pensar suspenso no ramo da árvore dourada da poesia, o impulso da duração que luta com o impulso do tempo. E se o poeta não volta e parece que o seu corpo se destroça nessa descida ao fundo imemorial do som e não do sentido – na raiz do sentido está a depuração de um som, sabor único do espírito, turbulência líquida, movimento em convulsão do que fecunda o campo incerto do devir – é porque encontra a rosa perfumada da memória, os jardins das serpentes que combatem contra a existência de homens que apenas se querem imortais e se esquecem que o são por serem mortais. O poeta entrega-se às águas remotas onde uma flor lhe promete mais duração do que experiência, mais duração do que pedra inteiramente escrita dos muros do seu reino. Nessas águas repousa a rosa da duração e nela o poeta escuta os sons das lágrimas do rei e do primeiro homem que conheceu a dor. A duração tem um som que só as lágrimas repetem. O som do que vem do que é só som, signo sem sentido, a dor. As lágrimas são poemas em estado líquido e os poemas hinos e cantos lacrimosos de quem sente saudades dos sons e do perfume da rosa que está guardada nos jardins da serpente onde corre o único fio de água vivo e natural: o Amor. O Amor sustém o impulso da duração nos sons de uma harpa sagrada que guarda os tons do mais íntimo e do mais distante. Só o coração sabe a arte de fazer durar e só o poema consegue cantar.

Para um dançarino que entoa poemas de silêncio na memória e no corpo.

19 comentários:

Isabel Santiago disse...

A fotografia é do Rui Fernandes, chama-se "Voyager" e é de 2006. Peço desculpa a todos e muitas ao Rui que por ser bom sei antecipadamente que me perdoa.

Anónimo disse...

"Para um dançarino que entoa poemas de silêncio na memória e no corpo" e nós conhecemo-lo aqui na Serpente, Isabel?

Anónimo disse...

e o que é que isso importa? se o conhecemos ou não?!

Isabel Santiago disse...

Cada pergunta! Risos! Não creio que dance por aqui. Mas que sei eu dos que dançam dentro de poemas! E são poemas nos movimentos do corpo?!

AInda assim obrigada pela pergunta a que só uma parte escondida de mim poderá um dia saber responder.

E um sorriso pode ser uma forma de dançar? Se puder, então um sorriso e mil passos de dança para o anónimo e para a rapariga que roubava livros!

Anónimo disse...

Isabel, minha amiga,

Como não ler nas suas palavras o sentido de um canto?: “em certas religiões Deus não é dito, mas cantado, entoado, porque só o canto convoca o estranho e o convida a durar.”

Como não encontrar entre elas um fio de água?: “O poema poderia ser a água para o que no Homem é animal e mineral, a fonte a cantar no íntimo da sede”

Como não chorar em saudade “Isso” de “Fazer perdurar/durar o que reverbera e remanesce do inaudível e do primitivo: eis a vocação do poeta”.

Como não reconhecer ecos em mim na sua voz de leitora: “A leitura conta, entre os seus poderes, chamar pelo Antigo, prometer ao Outrora outra possibilidade improvável no tempo.”

Como não sentir ao lê-la e ao penetrar nesse fundo rio em que: “O mistério das palavras não está na sua consolidação como sentido, está na sua imersão ou submersão no rio da memória”. Como não ouvir, dizia, uma profunda dor que vem da antiquíssima raíz de termos sido deuses e na reconstituição da memória, sê-los ainda, mergulhando em nascentes profundas da terra essa voz que ri e que chora pelo tempo... pela eternidade...

“O poeta entrega-se às águas remotas onde uma flor lhe promete mais duração do que experiência, mais duração do que pedra inteiramente escrita dos muros do seu reino. Nessas águas repousa a rosa da duração” Como não evocar e convocar os fantasmas do que é uma memória a lutar contra o seu mesmo esquecimento, uma memória estancada na raíz de seu mesmo trágico destino de durar e de consumir-se na sua duração.

Em nós sempre dançará e entoará o silêncio com que nos brinda em memória, esse dançarino saudoso.

Receba toda a dedicação e a minha gratidão pela leitura deste texto. (Transforma-se o leitor na leitura... e o amador na coisa amada...)

Um beijo

luizaDunas disse...

Boa Noite Isabel,

Onde diz o impulso da duração, li primeiramente, o impulso do coração, e fui lendo coração em toda a sua duração.


O impulso da duração / já começa por si a entoar o poema, / marca um compasso sem palavras, / segundo o qual, / como um ingrediente libertador, / nas artérias me pulsa uma epopeia, / em que no fim o bem há-de vencer. / Com a imposição das mãos, como a duração o faz, / fecha-se a ferida, / de que só tomo consciência / quando ela se fecha. / (…) A duração não aliena, / leva-me ao caminho certo. / Fujo da luz dos projectores que ilumina os acontecimentos do dia / e refugio-me decididamente no campo incerto da duração. (…) Lágrimas da duração, tão raras! / Lágrimas da alegria. / Impulsos inconstantes da duração, / que não se podem pedir / nem numa prece implorar: / estais agora reunidos e articulados / para formar o poema.
Peter Handke, Poema da Duração, pp.77-79


Um Abraço.

Anónimo disse...

dançarinos só com corpo e sexo

baal disse...

eu sou o homem canhoto

Anónimo disse...

(Desculpa, Isabel, este comentário)

Arrancas-me sempre umas boas gargalhadas, baal, bem-hajas!

Menina perdida na floresta disse...

O que é um pensamento dançarino, Isabel?

Isabel Santiago disse...

A todos:

"Le petit mot "sous" qui précède dans le mot souvenir traverse le per qui estt dans percevoir. Toute prédation est dominée par une informe retrouvaille.
Il n'y a rien de perçu sans un Jadis qui le fonde.
Plus on tombe amoureux, plus le passé se métamorphose."

Pascla Quignard, Sur le Jadis


Mas para o anónimo não posso deixar de consentir que sim, mas não só. Há dança no pensamento. dançar no pensamento é deixá-lo escorrer na sua maleabilidade sem conceito e sem conhecimento a prendê-lo, deixá-lo fluir como sopro que não chega a constituir sentido, mas envolve o espírito como se o Ausente o acariciasse com a sua brisa da origem. Dançar pensando pode ser compor uma melodia que empresta ritmo à decisão, à intuição, ao imediato, ao sorriso, à poesia, ao corpo. Também para o corpo e para a sexualidade. Porque a alma é uma boa paisagem para os pensamentos de vento que assaltam o humano em estados de pura vibração. Cada vez mais penso que pensar é escutar ventos intrigantes. Não sei definir melhor...

baal
há uma teoria científica que explica a razão de haver mais canhotos homens do que mulheres. Está relacionado com a produção de hormonas que têm implicações na lateralização masculina. Não é este o teu caso! Mesmo porque, apesar de canhoto, convido-te para dançar! Sobretudo no pensamento.

Sorrisos e risos com a Saudades

baal disse...

isabel, a mulher canhota é o primeiro livro de p. h.

Menina perdida na floresta disse...

Estás perdida em bailados e pensamentos dançarinos, Isabel?

Isabel Santiago disse...

Querida menina perdida na floresta,


estou! A minha vida é uma perdição nos bosques, na luz, no vento, na fundura do mar azul do Egeu, na fundura do canto e do silêncio edas vozes. Da tua. Gosto especialmente de conversar contigo e dar-te eco. Brincar às ninfas no seio do que se chama realidade.

Estava com saudades das conversas tardias, há quem por ser grande as tivesse vadias, as minhas são tardias. E chegas tu para ser o meu par enquanto penso. E pensar é agradecer, e eu agradeço-te, boa leitora.



P.S. Baal ainda assim há mais canhotos do que canhotas...

Paulo Borges disse...

Grato, Isabel, pela Dança.

Páscoa Feliz, na Ressurreição de tudo!

Rui Fernandes disse...

Isabel, acabadinho de regressar da habitual viagem pascoal só agora pude comentar. Claro que o perdão é garantido! E mais um obrigado!

Adoro ver-te dançar com as minhas imagens, como sabes, mas esta teve um desenvolvimento muito especial... ver as "minhas mónadas" relacionadas com cantos primordiais...

Dancemos, então

Grande beijo (e agora, rápido a preparar o regresso à "guerra" ;-))

Isabel Santiago disse...

Sim, dancemos. Agora tenho que aprender a dançar. As tuas fotografias permitem-me ganhar movimento, o canto vem de onde sempre veio: de um não-lugar, de uma origem saudosa que talvez se deixe pré-ver no meu olhar, no meu balancear quando ando distraída.

Bom regresso aos dois, a esse lugar que os homens fizeram também de "guerra" e desolação. Mas há bolos e o há o coro, o pseudo-piano, um maestro de se lhe tirar o chapéu (risos, muitos risos) e há tudo o mais para nos balançarmos em dança.

Continua a fotografar! Sempre fotógrafo Leibniztiano

Menina perdida na floresta disse...

Rui, estive à espera que viesse para me meter consigo e com a fotografia. Para dizer que ela me trouxe bolhas de confusão, para saber o que era, bolhas de ar, para respirar melhor os dias inqualificáveis sem graça, bolhas de inspiração, para sonhar dias mais fundos do que a superficialidade com que vivemos, bolhas de alegria por dançar com os diálogos entre a fotografia, Peter Handke e a Isabel.
Bolhas de um copo que me faz feliz, por exemplo, a beber Cartuxa ou outros néctares embriagantes para dançar e conhecer a loucura de tudo ser para além do que é.

Rui Fernandes disse...

Uma menina dança na floresta lançando bolhas de felicidade. É o que sentem aqueles que as recebem, como eu ao ler o seu comentário.

Aqui lhe deixo uma imagem possível do funcionamento "mágico" da minha Amiga:
http://farm1.static.flickr.com/141/405584674_32a455aced_o.jpg

O copo, de corpo inteiro, para os néctares, envio pela Isabel.

Bolhas de sorrisos para si, e continue dançando com a mesma embriaguez! ;-)