O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


sábado, 29 de agosto de 2009

Os arautos da verdade são criminosos morais

5 comentários:

Lógico disse...

Então és um criminoso moral.

Anónimo disse...

Finalmente auto-defines-te.

afhahqh disse...

Sim, Lógico, a frase é autocontraditória.

afhahqh disse...

Mas só se aceitarmos que há objectivamente valores de verdade para as frases morais.

Nesse caso até seria moralmente autocontraditória. Mas isto não me parece bem.

Fico-me pela tua conclusão.

afhahqh disse...

Mas ela apenas afirma uma ingenuidade: que ninguém é ninguém para indicar o caminho do certo e do errado a outro. É uma ingenuidade porque evidentemente existem o certo e o errado e logo podemos indicar a alguém que age correcta ou incorrectamente. E mesmo não existindo certezas há evidências, como quando vemos alguém causando sofrimento a outrém.