O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


sábado, 14 de agosto de 2010

Quando te leio
aprendo um poema
quando dizes adeus
esqueço de mim

amanhã, se vieres
aprenderei outro,
outro e outro
enquanto existir
amanhã.


hoje, o caracol enrola-se
na parede do meu quarto
enquanto escreves
um novo poema.

7 comentários:

platero disse...

mesmo quando não digo nada
sabe
que acho
lindo

beijinho

ethel disse...

Obrigada, Platero
que bom saber de ti, beijinho

Kunzang Dorje disse...

quando te leio
desaprendo
a prosa da vida

quando dizes
olá
relembro-me

ontem vieste
desaprendi-me
do mesmo

outro
não existirá
amanhã

o sol fulge
na erva
o caracol

passa

Kunzang Dorje disse...

Kant tapou o sol
e ficou às escuras

Nietzsche olhou-o
nos olhos e ficou cego

mas que raio:
bastava-lhes comprar uns
óculos de sol!

Kunzang Dorje disse...

óculos de sol
como aqueles que Tilopa usava
quando junto a seu eremitério
banhos-de-sol tomava

Kunzang Dorje disse...

vem meu amor!
subamos a montanha
e cantemos juntos
o sol que nas trevas
resplandece:)

beijos

ethel disse...

caminho ao teu lado, Kunzang Dorje