O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


domingo, 30 de janeiro de 2011

Mais uma de António Maria Lisboa: "Cadame" (excertos)

A vida é bela       comecemos

Primeiro: o maior descanso
Segundo: a maior liberdade
Terceiro: o tratar-se dos pés
Quarto: queimar

António Maria Lisboa (em co-autoria com Mário Cesariny), excertos de "Cadame", in Poesia de António Maria Lisboa, Assírio & Alvim, Lisboa, 1977, pág. 124.  

3 comentários:

Anónimo disse...

Porque as palavras nos são faca de dois gumes, o silêncio seria melhor comentário.

Ainda assim, não havendo um botão para dizer "gosto", digo que a vida é esse fogo em que todos ardemos.

Se puder ser com os pés arranjadinhos, repouso suficiente e a liberdade de sermos ou não sermos o que pensamos ser...

Ainda assim queimamos e somos queimados, seja qual for o sentido que aqui demos à palavra.

Abraço.

Luiz Pires dos Reys disse...

Bela é a vida, e as quatro fases de seu pleno luar.

(re)Comecemos.

Abraço, Amiga.
"Cadame"!

Sorriamos para AML, esse "estilete de luz".
E que a voz sempre se nos cad'ame.

carlos bartilotti disse...

Boa tarde. Gostaria de chamar a atenção para um erro muito grave no poema RECUSA de António Maria Lisboa,Poesia, na edição Assírio & Alvim 2008 da colecção Biblioteca editores Independentes. Assim na página 74 do referido poema onde se lê " ainda um cu marinho de agonia " deveria ser "ainda um céu marinho de agonia" como pode ser comprovado ne edição de autor de 1952 ou na edição de 1977 , página 155,da Assírio e Alvim, da colecção Documenta Poética. Cumprimentos